Nintendo recebe critica e apelo de alteração do personagem da vaca do Mario Kart World
PETA pede que Nintendo remova argola do nariz de personagem em “Mario Kart World”
8/18/20252 min read


Desde que foi lançado em 5 de junho de 2025 como título de estreia para o Nintendo Switch 2, “Mario Kart World” se tornou um fenômeno global, e não só por suas pistas, modo open-world e elenco diversificado de pilotos. Uma das novidades mais queridos pelos fãs é a Vaca (“Cow”), personagem jogável inspirada no clássico circuito Pradera Mu-Mu.
No entanto, o encanto não escapou aos olhos da organização de direitos dos animais PETA (People for the Ethical Treatment of Animals). Em meados de agosto, a ONG enviou uma carta aberta ao presidente da Nintendo, Shuntaro Furukawa, pedindo que fosse removida a argola de latão no nariz da personagem.
Por que essa argola incomoda a PETA? No mundo real, anéis de nariz são instrumentos usados por indústrias de carne e laticínios para controlar, explorar e até arrastar animais para o abate, provocando dor, desconforto e sofrimento duradouro. A PETA argumenta que, mesmo em um cenário fantasioso e lúdico como Mario Kart, tais símbolos não devem ser romantizados nem banalizados. O uso desse elemento visual, segundo eles, interfere na percepção pública sobre o sofrimento animal e poderia normalizar o uso de práticas abusivas, algo que, em sua visão, vai contra o poder dos videogames como formas de escapismo positivo.
Na carta, o vice-presidente de Marketing da PETA, Joel Bartlett, descreve a situação com clareza: “O anel de latão no nariz da Vaca ignora uma violência presente no mundo real. Deixe a Vaca correr livre, sem lembretes das indústrias que tratam animais como máquinas”. Outro trecho comove: “Mario Kart deve ser um escapismo divertido, não um lembrete das ferramentas dolorosas usadas em vacas”.
A iniciativa da ONG já repercutiu nas redes e fóruns de discussão. No Reddit, por exemplo, muitos enxergaram o pedido como uma provocação tardia, já se passaram meses desde o lançamento do jogo, enquanto outros defenderam que, mesmo assim, a discussão é válida. Um dos comentários trouxe à tona que, independentemente do impacto prático da proposta, ela acende uma luz sobre como representações simbólicas podem influenciar nossa forma de ver os animais.
“Mario Kart World” é um marco criativo: reunindo lendas da franquia e inusitadas apostas como Cow, Snowman e Coin Coffer em seu vasto elenco, passou a ser celebradíssimo entre fãs antigos e novos. Agora, com esse pleito da PETA, somos convidados a pensar no design de jogos como um campo simbólico poderoso onde cada detalhe visual pode carregar mensagens sutis sobre valores sociais e éticos.
É o tipo de debate que fortalece nossa percepção crítica e nos inspira a celebrar, futuramente, jogos que combinam entretenimento e empatia. Quem sabe este diálogo não leve a revisões criativas que façam de “Mario Kart World” também um exemplo de sensibilidade e visão ética no design?