Robô de empresa canadense consegue manipular objetos sem "olhar"

Phoenix, o robô que “toca” o mundo sem olhar: como o tato redefine a manipulação robótica

8/31/20252 min read

No laboratório da Sanctuary AI, um novo marco da robótica está chamando a atenção. Trata-se do Phoenix, um robô humanoide capaz de manipular objetos sem precisar necessariamente enxergá-los. A façanha é possível graças a uma combinação de sensores táteis de alta precisão e atuadores hidráulicos miniaturizados, que permitem à máquina “sentir” o ambiente ao seu redor e reagir em tempo real. Na prática, isso significa que o Phoenix pode segurar, girar e ajustar objetos apenas com base no tato, uma habilidade descrita pelos engenheiros da empresa como “blind picking” ou pegar e manipular no escuro.

O sistema funciona porque cada movimento do robô é acompanhado por um feedback constante de força. Ao detectar a pressão exercida sobre determinado objeto, o Phoenix regula automaticamente a intensidade da pegada, evitando tanto o risco de esmagá-lo quanto o de deixá-lo escorregar. Essa capacidade de adaptação é complementada pela durabilidade do sistema hidráulico, cujas válvulas já foram testadas em bilhões de ciclos sem apresentar falhas ou vazamentos. Trata-se de um nível de confiabilidade que abre espaço para aplicações em larga escala, onde falhas mecânicas não são aceitáveis.

Mas o Phoenix não é apenas uma máquina poderosa. Ele também é inteligente. Sua habilidade de manipulação nasce de um processo de aprendizado por reforço realizado em simulação. No ambiente virtual, o robô é treinado para lidar com diferentes formas, pesos e texturas, incluindo situações que não havia “visto” antes, como a adição repentina de peso em um objeto. Quando esse conhecimento é transferido para o mundo real, o resultado é impressionante: movimentos fluidos, precisos e adaptativos, comparáveis à destreza de mãos humanas.

Ao combinar força hidráulica, sensibilidade tátil e aprendizado avançado, a Sanctuary AI aproxima o Phoenix de um dos grandes sonhos da engenharia: criar robôs de propósito geral, capazes de executar tarefas variadas em diferentes contextos sem depender exclusivamente da visão. O Phoenix mostra que o futuro da robótica não será apenas visual, mas também tátil. E, nesse caminho, talvez estejamos testemunhando os primeiros passos de máquinas que, literalmente, aprendem a sentir o mundo ao nosso redor. Veja o vídeo abaixo com o Phoenix funcionando na prática.